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13 de fevereiro de 2013

Subversivo


Se podemos classificar a pessoa de Jesus Cristo com adjetivos, um dos principais é  “subversivo”. Acompanhando sua trajetória de vida, é impossível não notar a tendência quase anarquista de Jesus de ir contra o status quo da época. Em seu breve ministério, o Cristo bateu de frente com os religiosos de seu tempo inúmeras vezes, desafiando seus ensinamentos e doutrinas e apresentando uma nova leitura daquilo que consideravam sagrado e imutável, o que eventualmente causou sua prisão, condenação e morte.

As Escrituras dizem que Jesus nasceu e viveu na “plenitude dos tempos”, isto é, na época propícia para que sua vida tivesse o maior impacto possível. Neste tempo, Jesus realizou grandes proezas – o que por si só já deixou muita gente aborrecida – e apresentou uma série de novos ensinamentos que, levados a sério, transformaria a vida de muitos. Essa nova proposta de vida, muito mais do que um novo modelo de religião, chocou os poderosos da fé. Não só aquele filho de carpinteiro, criado na pequena Nazaré, falava de forma simples e tocante e ensinava de forma clara e poderosa, ele também curava doenças incuráveis, expulsava espíritos malignos e trazia os mortos de volta à vida. Ao verem seu poder religioso em cheque, fariseus e mestres da lei rotularam Jesus de “subversivo” e o entregaram à justiça.


O capítulo 23 de Lucas mostra a preocupação dos religiosos com o rebuliço santo que Jesus causava. Em determinado momento, eles dizem ao governador: “este homem está subvertendo o povo em toda a Judéia com seus ensinamentos”. Em outras palavras, “este homem está tirando nossa autoridade espiritual”, “este homem está libertando o povo de nossas regras”. E isto tudo me leva a refletir sobre o que vivemos hoje. Como foi que o ensinamento subversivo de Jesus se transformou em uma receita para uma vida melhor? Como foi que a mensagem totalmente avessa à vida confortável do mundo virou um modelo de sucesso?

Jesus, subversivo e agitador, mostrou ao mundo um modelo de vida totalmente novo. Enquanto se esperava que as pessoas odiassem seus inimigos, Cristo disse “amem seus inimigos e orem por eles, perdoem os que lhes ofendem como o Pai perdoa vocês”. Enquanto o normal era guardar um dia sagrado, Jesus santificou a vida inteira, não apenas um dia. Enquanto se acreditava ser necessário ir a um lugar específico para falar com Deus, o Cristo mostra o coração como a casa de Deus. Jesus, subversivo e agitador, apresenta um modelo totalmente contrário ao vivido por todos, mostrando que a caminhada em direção ao Reino de Deus valia muito mais do que a vida oferecida pelos religiosos. E hoje, onde está a subversão? Onde está o desafio ao status quo? Onde está a vida plena? Enquanto acreditarmos na mensagem confortável, na mensagem que traz riqueza e poder, estaremos longe, muito longe da vida que Jesus de Nazaré, o Cristo de Deus, veio nos oferecer.